(para Liana Müller)
Por cada árvore assassinada
morrem flores insetos ninhos
de passarinhos orquídeas
assassinadas morrem pedras
bem-amadas
morre o indio
o verdadeiro dono da terra
e morrem também nessa guerra
frações de nossos pulmões
Por cada árvore assassinada
engordam os deuses dos cifrões
por cada árvore assassinada
enchem-se os cofres-do-mal
morre pouco a pouco o ar
o ar que respiramos
Por cada árvore assassinada
morre uma onça pintada
os bichinhos que nós amamos
Por cada árvore assassinada
morre a água do rio e até mesmo
morre o mar
morrem as populações
pouco a pouco envenenadas
Por cada árvore assassinada
morre mesmo amordaçada
a alma dos nossos bosques
morre a beleza da terra
e até parece que a serra
se curva de tanto chorar
Não mais árvores queimadas
em nossas florestas sonho
de pássaros beija-flores
e orquídeas de mil cores
bebendo o orvalho da vida.
Guilem Rodrigues da Silva (Aramis)
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