De passagem por Porto Alegre, depois de uma festança de casamento no interior do Rio Grande do Sul, Guilem, no saguão do Aeroporto Internacional Salgado Filho, fala a Jean Scharlau sobre a origem do nome Guadalajara e a perenidade de algumas expressões e vocábulos gaúchos.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Tocata e adágio para uma deusa morta
(para Liana Müller)
Por cada árvore assassinada
morrem flores insetos ninhos
de passarinhos orquídeas
assassinadas morrem pedras
bem-amadas
morre o indio
o verdadeiro dono da terra
e morrem também nessa guerra
frações de nossos pulmões
Por cada árvore assassinada
engordam os deuses dos cifrões
por cada árvore assassinada
enchem-se os cofres-do-mal
morre pouco a pouco o ar
o ar que respiramos
Por cada árvore assassinada
morre uma onça pintada
os bichinhos que nós amamos
Por cada árvore assassinada
morre a água do rio e até mesmo
morre o mar
morrem as populações
pouco a pouco envenenadas
Por cada árvore assassinada
morre mesmo amordaçada
a alma dos nossos bosques
morre a beleza da terra
e até parece que a serra
se curva de tanto chorar
Não mais árvores queimadas
em nossas florestas sonho
de pássaros beija-flores
e orquídeas de mil cores
bebendo o orvalho da vida.
Guilem Rodrigues da Silva (Aramis)
Por cada árvore assassinada
morrem flores insetos ninhos
de passarinhos orquídeas
assassinadas morrem pedras
bem-amadas
morre o indio
o verdadeiro dono da terra
e morrem também nessa guerra
frações de nossos pulmões
Por cada árvore assassinada
engordam os deuses dos cifrões
por cada árvore assassinada
enchem-se os cofres-do-mal
morre pouco a pouco o ar
o ar que respiramos
Por cada árvore assassinada
morre uma onça pintada
os bichinhos que nós amamos
Por cada árvore assassinada
morre a água do rio e até mesmo
morre o mar
morrem as populações
pouco a pouco envenenadas
Por cada árvore assassinada
morre mesmo amordaçada
a alma dos nossos bosques
morre a beleza da terra
e até parece que a serra
se curva de tanto chorar
Não mais árvores queimadas
em nossas florestas sonho
de pássaros beija-flores
e orquídeas de mil cores
bebendo o orvalho da vida.
Guilem Rodrigues da Silva (Aramis)
Registro de recente viagem ao Rio Grande do Sul
Foto da fonte Talavera e da prefeitura de Porto Alegre, tirada pelo meu amigo e conterrâneo Jean Scharlau, quando estávamos a caminho do Mercado Público para tomar uns chopes no bar Naval, comprar algumas garrafas de vinho, um par de alpargatas e um pente de osso (que depois soube ser na verdade feito de chifre).
COM DESESPERADA RAIVA
Mudas minhas mãos
Meus pés dormem inquietos
Gélido fogo sobe em minhas pernas
Consumindo meus joelhos
Procuro pensar nos pássaros
Acuso-os de terem deixado de cantar
É o fim de agosto
O verão na Suécia foi miserável
O fogo continua sua escalada
É como se eu afundasse
Num desses lagos gélidos da Lapônia
Recordo Verissimo
Gato preto em campo de neve
Meus joelhos não existem mais
Joelhos surdos insensíveis
Golpeio meus reflexos
A culpa é minha
Ninguém espera quinze anos
Seria impossível parar
Esse passar de carros sobre mim?
Carros de combate
Carros de passeio
Barcos de guerra
Barcos a vela
Uma vela se acende
Para quem?
Para mim?
Quem morre em Rio Grande?
Quem morre em Lund?
E esse maldito gelo que sobe
Eu subi por muitas escadas da vida
Senti muitas mortes
Chorei muitas prisões
Aqui estou malditos!
Pretendo esculturar em imperecível granito
Minha raiva meu grito
Para que todo aquele que passar por estas
Ruas do exílio possa ler o crime cometido
Em nossas almas
In: SILVA, Guilem Rodrigues, Saudade e uma canção
desesperada. Salvador: CABINCLA – Casa Baiana
Para Integração Cultural Latino Americana.
SOBRE O BRASIL MINHA PEQUENA
(para minha filha Zoyra-Lyra, nascida no exílio)
Sobre o Brasil quero contar-te minha pequena
A terra bem amada
Cheia de paz de sol e de beleza
Onde uma generosa natureza
Desenhou rios vales e montanhas
No Brasil minha pequena
São todos felizes
Ali há justiça trabalho pão e escolas
A miséria e o analfabetismo
Já não existem pertencem ao passado
Nenhum estudante desaparece nas cidades
Não há mais presos políticos e reina a liberdade
As companhias estrangeiras não são mais
Proprietárias
Dos nossos enormes recursos naturais
Já não há mais golpes de estado e nem torturas
E em suas casernas e quartéis os nossos generais
Esqueceram há muito os atos institucionais
Para ti minha filhinha que nasceste no exílio
E brincaste na neve longe de nossa pátria
Eu escrevo estes versos cheios de esperança
Oxalá quando as leis no entardecer dos meus anos
Não mais sejam quimeras nem vã utopia
Mas se eu te minto perdoa
Quero apenas que durmas
Embalada em meus sonhos
(escrito no duro ano do exílio de 1968)
In: SILVA, Guilem Rodrigues da. Saudade e uma canção
desesperada. Salvador: CABINCLA – Casa Baiana
Para Integração Cultural Latino Americana.
guilemr@hotmail.com
Sobre o Brasil quero contar-te minha pequena
A terra bem amada
Cheia de paz de sol e de beleza
Onde uma generosa natureza
Desenhou rios vales e montanhas
No Brasil minha pequena
São todos felizes
Ali há justiça trabalho pão e escolas
A miséria e o analfabetismo
Já não existem pertencem ao passado
Nenhum estudante desaparece nas cidades
Não há mais presos políticos e reina a liberdade
As companhias estrangeiras não são mais
Proprietárias
Dos nossos enormes recursos naturais
Já não há mais golpes de estado e nem torturas
E em suas casernas e quartéis os nossos generais
Esqueceram há muito os atos institucionais
Para ti minha filhinha que nasceste no exílio
E brincaste na neve longe de nossa pátria
Eu escrevo estes versos cheios de esperança
Oxalá quando as leis no entardecer dos meus anos
Não mais sejam quimeras nem vã utopia
Mas se eu te minto perdoa
Quero apenas que durmas
Embalada em meus sonhos
(escrito no duro ano do exílio de 1968)
In: SILVA, Guilem Rodrigues da. Saudade e uma canção
desesperada. Salvador: CABINCLA – Casa Baiana
Para Integração Cultural Latino Americana.
guilemr@hotmail.com
UMA VIDA... UM APRENDIZ DE MARINHEIRO..,
UM EXILADO... UM HOMEM
Um marinheiro iniciando uma vida
Um aprendiz de marinheiro
Uma vida já bem iniciada e vivida.
O começo de uma história
Quantas estórias já tinha pra contar!...
Do berço da família pra farda
Da farda para o exílio.
Farda, uniforme da vida,
Vida, se ainda não sabia,
Aprendeu a viver
E é por isso
Que tu és um exemplo de vida...
Professor, Juiz, Grande Poeta, Escritor
Professor para muitos,
De um país de língua estranha.
Não!
O Rio Grande é seu coração
Sua língua Pátria até hoje machucada
Continua sendo sua Pátria Mãe.
Línguas costumes
Línguas Idiomas
Para essa forte personalidade
É tudo a mesma coisa
Não fazem diferença,
Nem mesmo dialetos e esquisitismos.
As letras
Seus poemas
Canções
Num todo
Entoadas em várias línguas ou como queiram, Idiomas
Nada mais vem ser
Que o aprendizado
De um... Mas vários... Aprendizados.
E assim quem o lê, aprende!
E assim quem o vê... Vê um homem,
Verdadeiro homem
Filho,
Irmão,
Pai,
Amigo,
Mas que droga! Ele também é brasileiro...
Feliz aniversário
Homem da saudade de uma canção desesperada...
Guilem Rodrigues da Silva!...
Eddyr o Guerreiro
14 de Outubro de 2005
Rio de Janeiro
Um marinheiro iniciando uma vida
Um aprendiz de marinheiro
Uma vida já bem iniciada e vivida.
O começo de uma história
Quantas estórias já tinha pra contar!...
Do berço da família pra farda
Da farda para o exílio.
Farda, uniforme da vida,
Vida, se ainda não sabia,
Aprendeu a viver
E é por isso
Que tu és um exemplo de vida...
Professor, Juiz, Grande Poeta, Escritor
Professor para muitos,
De um país de língua estranha.
Não!
O Rio Grande é seu coração
Sua língua Pátria até hoje machucada
Continua sendo sua Pátria Mãe.
Línguas costumes
Línguas Idiomas
Para essa forte personalidade
É tudo a mesma coisa
Não fazem diferença,
Nem mesmo dialetos e esquisitismos.
As letras
Seus poemas
Canções
Num todo
Entoadas em várias línguas ou como queiram, Idiomas
Nada mais vem ser
Que o aprendizado
De um... Mas vários... Aprendizados.
E assim quem o lê, aprende!
E assim quem o vê... Vê um homem,
Verdadeiro homem
Filho,
Irmão,
Pai,
Amigo,
Mas que droga! Ele também é brasileiro...
Feliz aniversário
Homem da saudade de uma canção desesperada...
Guilem Rodrigues da Silva!...
Eddyr o Guerreiro
14 de Outubro de 2005
Rio de Janeiro
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